sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Drama Cibernético

Desde o começo da minha vida afetiva, que me lembre, sempre existiu páginas de relacionamento. Não me lembro de ter nenhum relacionamento em que o dito cujo não tivesse perfil em alguma coisa.  Há muito tempo tive um amor platônico vivido pelas redes sociais. Eu sabia da vida do dito cujo só de ficar fuçando nos recados dele e dos amigos. Já estava tão acostumada com os recados que eu sabia quem era as amigas e as peguetes (e na maioria das vezes eu acertava).
Os amigos eu reconhecia de longe. Já considerava até como íntimos. Parecia que eu sabia mais da vida deles do que as namoradas. Só faltava um pequeno detalhe para virar amiga de infância dos amigos do dito cujo. Sermos apresentados oficialmente e trocar algumas palavras, mas como eu disse era um pequeno detalhe.
Nem precisa falar que estava em toda festa na qual eu lia que ele estaria. Era uma perseguição constante e engraçada. Alias hoje é engraçada, na época humilhante. Doía em saber que ele estava com alguma menina e não comigo. Pensava porque ela e não eu. Eu sabia da vida de um cara que não estava nem ai pra mim, mas era algo incontrolável quando via eu já estava na pagina da namorada do melhor amigo dele, ou pior querendo saber até o nome do cachorro da Irmã da namorada do amigo (tá isso é mentira, só pra dar um tom dramático pra história). Só não foi pior porque eu imagino que ele não saiba dessa parte da história. Bem eu quero acreditar nisso. A única coisa que me restou foi às histórias engraçadas decorrentes dessa perseguição, olho para trás e vejo em quanta confusão eu me meti por causa disso.
Hoje em dia não faço mais isso. Só a parte do amor platônico. A perseguição pela internet continua. O sentido disso é dramatizar mais ainda. Ver aquele recado de piriguete querosa na página do seu peguete e sair ligando para as amigas em comum para saber quem é a menina. Ou até mesmo buscar informações do passado do dito cujo. O único problema é que qualquer coisa que você descubra tem que ficar na sua. A não ser que você queira assustar o dito cujo.
Mas a vida das Marias Sherlocks cibernéticas foi bem curta, para o alivio dos ditos cujos. Essa história de trancar tudo em rede sociais acabou com a nossa felicidade. Voltamos ao passado, em que a única maneira de saber da história do dito cujo é perguntando ao próprio, ou usando do seu network pessoal. Se ele não for pequeno dá para tirar um dossiê até da gravidez da mãe dele em 30 min. Nesses tempos difíceis, de privacidade na internet, até que tem se mostrado muito mais eficiente que as redes sociais.

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