domingo, 15 de setembro de 2013

A deturpação de estar só




A expressão “ficar para titia” acho muito depreciativa. Ao utilizar queremos dizer que a pessoa está sozinha não por opção, mas porque ninguém a quis. É como se não existisse a opção de estar sozinha porque quero. Ou você é aquela Maria Dramática com potencial para ser feliz “bem” casada e com um monte de catarrentinhos do lado ou você é aquela que viverá sozinha, amarga, infeliz e com inveja da outra que supostamente está vivendo um conto de fadas.
Essa é uma concepção de felicidade para mulher que faria sentido no século XIX, quando o papel da mulher ainda era cuidar da casa, dos filhos e do marido hoje que vivemos em uma época igualdades de direitos não se pode limitar a felicidade da mulher em estar sempre com alguém. É plenamente possível ser feliz, solteira e sozinha.
Queria entender o por que dessa ideia de estar em um relacionamento é sinal de felicidade? É só olhar a quantidade de casamentos bem sucedidos e aqueles que acabam divorcio, já dá para perceber que o caminho não é por ai. É muito raro você ver um casal que dá completamente certo que não tem suas dificuldades a relação é feita ceder, cada um cede um pouco e assim vamos construindo uma vida feliz juntos.
Quer uma relação melhor do que consigo mesmo, na qual não tem essa história e ceder, só um ego para lidar, só uma vontade a se realizar: A sua. É plenamente possível alguém ser feliz sozinho, porque estar só não é sinônimo de infeliz, mas é razão de ser bem resolvido e não depender de ninguém para ser feliz.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Direito de Imaginar



 
A dúvida permanece. Às vezes eu acho que é porque quero viver com ela, todos os sinais estão ali. Eu estou vendo, mas insisto em imaginar a história de nós dois juntos. Só porque quase tivemos uma história e por um imprevisto não aconteceu, não quer dizer que um dia irá acontecer. Aliás, eu culpo o imprevisto. Mas da sua parte pode ser que não tenha sido por imprevisto algum.
Talvez eu tenha imaginado o seu possível interesse ou pisado na bola diversas vezes. Tenha ouvido quem não merecia, falado de você para quem não podia e por isso me enchido de histórias não verdadeiras de gente invejosa. Sei que eu nunca saberei se elas eram verdadeiras ou não, mas só a dúvida me faz mudar o pensamento. E minha personalidade nada falsa não consegue fingir que está tudo bem e acaba atropelando os passos e afastando você de mim.
Mas é tudo uma suposição, talvez eu tenha imaginado o seu possível interesse e seja só amizade. É meio difícil e estranho aceitar essa possibilidade porque não costumo ter contato com os ditos cujos. Para mim não deu certo é adeus, tchau e bença seja feliz e suma da minha vida. Na maioria das vezes termino com tanta raiva que faço questão de não continuar dando papo. Eles não insistem, eu também não insisto.
No momento que percebi o possível equívoco do seu interesse. Fiquei na minha. Não insisti e nem vou. Não importa quantas vezes você venha jogar conversar fora, se nelas não demonstram que você sente algo além de amizade por mim. Faz parte da lição que aprendi por um alto preço. Não importa o sentimento que você tem pelo dito cujo se não for reciproco doí demais. E simplesmente não vale a pena.
Há tantas questões a serem respondidas e tantas coisas que eu gostaria de te falar, todas constrangedoras para se colocar em pauta. Aquela coisa que só si fala quando tem muita intimidade. E eu não tenho coragem e intimidade para expor nenhuma delas.
Apesar disso tudo da incerteza, da dúvida e das perguntas sem resposta me dou no direito de imaginar nos dois juntos, todas as vezes que você vem falar comigo. Talvez porque você está longe e a cada dia fica mais difícil saber a onde isso vai dar ou porque no fundo eu já acredite naquela máxima: o que tiver de acontecer, vai acontecer.

domingo, 8 de setembro de 2013

Challenge Accepted




Ir ao cinema sozinha, fácil. Compra o ingresso. Dá umas voltas no shopping. Entra na sessão. Todos me olham afinal você é um alienígena que veio do planeta Forever Alone. As pessoas começam com o seu olhar de piedade. As luzes se apagam. E por uma hora e meia você percebe que tem o poder de invisibilidade. Até as luzes reacenderem e voltarem os olhares de piedade. Como eu disse fácil, desafio superado e vencido.
O próximo é ir num show de stand-up sozinha! Numa cidade pequena o pior que pode acontecer é a cidade inteira passar por você e virar comentário no outro dia, com sorte sou antissocial o suficiente para não ser o assunto da cidade.
Mas sozinha é tão constrangedor, os olhares de piedades. Os casais felizes mostrando sua felicidade se abraçam e se beijam como se não houvesse um amanhã. E você lá se sentindo a alienígena. Sem ninguém para bater-papo na fila, parada que nem um poste esperando a fila andar.
No fim do túnel, ou quero dizer no fim da fila você vê um conhecido. Eba! Alguém para conversar. Exceto que essa pessoa é aquele o dito cujo que você sempre ignorou e agora nem quer saber de você. Ele passa por você direto para conversar com a menina atrás de você, para passar aquela mensagem você me ignorou e agora está aqui S-O-Z-I-N-H-A. Foi inevitável pensar se me arrependo por não ser a vadia que dá moral só para manter o ego, só que não.
Mas tudo bem. Você ainda tem um desafia para vencer. Então, continua sua luta manter a postura de mulher bem resolvida e por isso vim sozinha. A fila começa a andar, finalmente abriram esses portões. Sentar- se e ali permanecer sem ninguém te notar. E por fim, num instante qualquer, percebe que passou muito rápido e sem nenhum constrangimento. E posso dizer: desafio aceito e cumprido com sucesso. Estou aprendendo a aproveitar o melhor de mim, sozinha. Que venha o próximo!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Maria Dramática Horror Story





Prometi a mim mesma que não assistiria romances tão cedo. Eles sempre trazem aquele sentimento de carência de volta, não estou no momento para resolver essa situação. Então, prefiro reprimir. É deixar para depois (o mais longe possível) o que você pode fazer hoje. Só nesse caso.
Pensei que cumpriria. Até assistir as temporadas de Doctor Who é virar fã de David Tennant. Ok! Parece estranho, já que Doctor Who não é uma série romântica. Mesmo se fosse, também não teria importância, o meu problema é só com filmes, séries não entram (tá eu sou estranha, já que as duas coisas são praticamente a mesma coisa).
E o que David Tennant tem a ver com a história?  É simples, quando eu gosto de algo eu pesquiso tudo, neste caso a série e o ator. Fiz minha pesquisa de rotina, descobri séries e filmes que o ator trabalhou, mas como ele não é muito conhecido no Brasil, não tinha muita coisa para ver com legenda em português.
Mas tinha um filme, comédia romântica. Oh! Lord. Era daquelas ainda que te faz chorar no final, querer viver a história do principal do filme e o pior faz você pensar no seu status forever alone.
Como eu queria que aquele filme fosse um trágico drama da vida real, na qual todo mundo sai infeliz no final. Até mesmo um de terror com alienígenas que invadem a espaçonave e usam o ser humano para se reproduzirem e depois saem pela sua barriga, daqueles bem toscos.  Mas não, tinha que ser comédia romântica. Maldita carência, o filme de terror na minha vida: eu sei o que se passa e você ainda vai ter que lidar comigo.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Meu novo eu, talvez não tão novo assim.





Há um ano e meio voltei para a minha a cidade onde eu cresci. Para alguns isso seria uma coisa boa, mas para mim foi o inferno, purgatório, umbral ou qualquer outra região que se expresse o mal. Estava acostumada com uma vida mais agitada seria incapaz de viver sem os bafões de cada dia, a festa de cada fim de semana ou sem a sensação de pensar em encontrar o dito cujo na balada (tá bom eu era um pouco fútil. Ok! Muito fútil, mas em minha defesa a futilidade é relativa, depende do ponto de vista). Bem, eu estava presa no meu próprio inferno.
Pode-se me perguntar o que impede de ter tudo isso aqui? Bem, eu odeio essa cidade. Não sinto vontade nenhuma de socializar, quando eu penso no naipe das baladas por aqui meu quartinho com meu computador me satisfaz mais. Nada contra quem gosta daqui é uma questão de gosto. É que nem algumas pessoas gostam de coentro na salada e outras não. Não há razão que se explique apenas não adere ao seu apetite. Também, essa pode ser a curta desculpa para não ter que dizer a verdadeira razão: eu não tenho dinheiro.
A cidade tem suas exceções - alias abrindo um apêndice é incrível a quantidade de pessoas que aparecem quando você não procura por amizades, todo mundo quer ser seu amigo acho que você emana certo mistério – posso dizer que conheci pessoas muito boas aqui, legais e tal, mas não, continuo odiando essa cidade (ou seja, continuo não tendo dinheiro).
Nesse ponto do texto você pode pensar que meu problema é não ter dinheiro. Não sei ao certo se esse é o problema, já que a estou na expectativa de começar a trabalhar e nenhuns dos meus planos incluem fixar residência por aqui, nem ao menos ter uma vida social por aqui.
Aqui sou uma pessoa completamente diferente, sem agito social minha vida resume-se em estudo, academia e séries, muitas séries. Troquei os embalos de sábado anoite por temporadas e temporadas. E talvez eu goste da pessoa que me tornei aqui e aquela pessoa com vida social em que não conseguia decidir em qual lugar ir por tanta festa no mesmo dia não me faça tanta falta como pensei que faria. Sei que estou ansiosa para descobrir se realmente mudei ou se tudo é apenas um falso ódio pela cidade.