terça-feira, 13 de agosto de 2013

Meu novo eu, talvez não tão novo assim.





Há um ano e meio voltei para a minha a cidade onde eu cresci. Para alguns isso seria uma coisa boa, mas para mim foi o inferno, purgatório, umbral ou qualquer outra região que se expresse o mal. Estava acostumada com uma vida mais agitada seria incapaz de viver sem os bafões de cada dia, a festa de cada fim de semana ou sem a sensação de pensar em encontrar o dito cujo na balada (tá bom eu era um pouco fútil. Ok! Muito fútil, mas em minha defesa a futilidade é relativa, depende do ponto de vista). Bem, eu estava presa no meu próprio inferno.
Pode-se me perguntar o que impede de ter tudo isso aqui? Bem, eu odeio essa cidade. Não sinto vontade nenhuma de socializar, quando eu penso no naipe das baladas por aqui meu quartinho com meu computador me satisfaz mais. Nada contra quem gosta daqui é uma questão de gosto. É que nem algumas pessoas gostam de coentro na salada e outras não. Não há razão que se explique apenas não adere ao seu apetite. Também, essa pode ser a curta desculpa para não ter que dizer a verdadeira razão: eu não tenho dinheiro.
A cidade tem suas exceções - alias abrindo um apêndice é incrível a quantidade de pessoas que aparecem quando você não procura por amizades, todo mundo quer ser seu amigo acho que você emana certo mistério – posso dizer que conheci pessoas muito boas aqui, legais e tal, mas não, continuo odiando essa cidade (ou seja, continuo não tendo dinheiro).
Nesse ponto do texto você pode pensar que meu problema é não ter dinheiro. Não sei ao certo se esse é o problema, já que a estou na expectativa de começar a trabalhar e nenhuns dos meus planos incluem fixar residência por aqui, nem ao menos ter uma vida social por aqui.
Aqui sou uma pessoa completamente diferente, sem agito social minha vida resume-se em estudo, academia e séries, muitas séries. Troquei os embalos de sábado anoite por temporadas e temporadas. E talvez eu goste da pessoa que me tornei aqui e aquela pessoa com vida social em que não conseguia decidir em qual lugar ir por tanta festa no mesmo dia não me faça tanta falta como pensei que faria. Sei que estou ansiosa para descobrir se realmente mudei ou se tudo é apenas um falso ódio pela cidade.