segunda-feira, 21 de março de 2011

Em uma Sexta qualquer....




Sexta à noite, em clima de tristeza, quando todos os seus amigos negaram seu pedido desesperado de beber, você resolve ficar em casa com a companhia da sua amiga fiel à cerva. Ao lado seu pior inimigo O Celular. Na mão de bêbado é um perigo. Porém, eis que existe seu melhor amigo.
Antes de começar seu plano de beber sozinho, coloque o número do seu melhor amigo na discagem rápida, alias deixe o telefone dele como o único. Bêbado é tudo zaroió, vê as coisas em dobro e rodando, você pode acabar ligando para o número que você quer evitar ligar. É não duvide, isso já aconteceu comigo, e não foi só uma vez, portanto ouça o que eu digo é faça.
No telefone aproveite e solte toda a sua raiva. Xingue o cachorro. Fale o quanto idiota ele é. Como ele é cafajeste. Acabe a desempenho sexual dele. E demore o tempo que quiser. Afinal é seu melhor amigo, não faz mais que a obrigação te ouvir. Passou a fase da raiva. Comece a jogar a culpa do fracasso do seu relacionamento em você. Fale do que você deveria ter dito e não disse e do que você disse e não deveria ter dito. Do que não fez e deveria ter feito, e do que fez e não deveria ter feito. Passou a fase da culpa. Agora chore, chore, chore é chore. Diga o quando ama o cara, mesmo ele sendo cachorro, cafajeste e frouxo. Que ele é o amor da sua vida. Mesmo que no fundo você saiba que não é verdade, fale assim mesmo. No final ouça o seu amigo dizendo o quanto dramática você está sendo, que não precisa disso tudo, que ele ainda vai te procurar e que as coisas não estão tão catastróficas como você está pensando. Depois de acabar com metade da noite do seu amigo, seja amiga e desligue o telefone, deixe ele aproveitar o resto da noite.
E você vá dormir. Aliás, tentar dormir. Tente parar de chorar e pelo menos tente acreditar que seu amigo está certo só por essa noite. Ao acordar lembre tudo que você fez e sinta um alivio que quem ouviu seu barraco foi seu melhor amigo, não o dito cujo. Quando você menos espera ouve seu inimigo de ontem tocar. Quem é? O dito cujo. Agora veja quantas lágrimas derramadas em vão. Ligue para seu amigo, de novo. E diga o quanto dramática você foi, o tanto que exagerou nos seus devaneios.

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