sexta-feira, 24 de junho de 2011

Onde estão os meus bons frutos?



Quando você planta a árvore espera que nasça bons frutos. Não basta só colocar a semente e esperar que ela sobreviva sem cuidados. Joga água, tira as ervas daninha, dá uma envenenada para acabar com as doenças faz parte para que tenha bons frutos. Com o tempo e depois de tanto trabalho os frutos vêem, e em grande quantidade afinal você se dedicou para isso.
Na sua frente está a sua árvore cheia de frutos, resta procurar o melhor fruto. Olha para todos, anda para um lado, anda para o outro, mas todos parecem iguais. Depois de algum tempo observando decide experimentar um e ver qual o seu sabor. Depois de uma mordida não sente gosto algum é apenas um fruto sem graça. Você não desiste, tenta novamente. Escolhe outro fruto. Então dá a primeira mordida, mas é em vão mais sem graça que o primeiro e este o último pedaço teve um gosto amargo no final.
Mas você ainda não quer desistir. Então você passa a experimentar os outros frutos, mas é tudo em vão. Eles não têm o mesmo gosto, mas ao mesmo tempo são todos sem graças, alguns amargos ou doces demais. Alguns são muito bons no início, mas o último pedaço é podre.
Cansada de tanto experimentar já sente cheia de tudo. Começa a filosofar no que deu errado. Cuidou com tanto carinho, trabalhou no sol, na chuva, não deixou que outras plantas a sufocasse quando apenas parecia apenas um graveto na terra. Enfim, fez tudo que podia para que desse bons frutos mas parecesse que não foi o suficiente.
 Agora esta diante dos dois últimos frutos, depois dos outros sabe que dificilmente esses terão gostos diferentes. Não consegue decidir qual dos dois escolher. Quer experimentar os dois ao mesmo tempo. O que nunca foi uma boa ideia, então espera um tempo. Ele te ajuda, não da maneira que esperava aquele que você já cansou de olhar apodrece. Resta um desconhecido que nunca tinha observado, porém descobre que tem o mesmo gosto dos outros.
Desolada com a sua árvore pensa que se não desperdiçou seu tempo com tanto cuidado. A sua vontade é cortar-la pela raiz e deixar o terreno vazio sem nada, como deveria ter sido. Talvez fosse melhor se nem tivesse a plantado. Relembra de todos os frutos que experimentou, nos diferentes gostos, as sensações, todos tinham o gosto parecido, mas nunca era igual sempre tinham um sabor diferente do outro. No fundo você está diferente aquelas sensações mesmo que com gosto amargo no final lhe fizeram a pessoa que você é hoje. Faria tudo do mesmo jeito, não mudaria nada.
Diante disso a única coisa que lhe resta é cuidar de novo da sua árvore, porém agora você não está tão disposto como no início. A frustração de não ter colhido o frutos que esperava existe e está incrustada em você sempre pensando que o resultado será o mesmo. Ainda tenta novamente porque mesmo que o fruto que você tanto esperou não exista ainda vale à pena experimentar as sensações que os outros pode te oferecer. A única certeza é que você vai passar por algumas temporadas até que um dia você canse de vez de sempre ter os mesmos resultados.

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